A estabilização de taludes se trata de um assunto que requer muitos estudos, visto que as condições de estabilidade das diferentes substâncias que compõem o solo e a rocha variam de região para região, e sua instabilidade pode causar perdas econômicas e até mesmo vidas humanas.
Estamos diante de um tema que engloba diversas áreas do conhecimento como por exemplo, a engenharia civil, geologia, engenharia geotécnica, geomorfologia, mecânica dos solos e das rochas, etc. Contudo, para te ajudar a conhecer melhor este assunto, temos o conteúdo completo a seguir, não perca!
Estabilização de taludes: o que é?
A definição de talude pode ser dada como qualquer inclinação de superfície da horizontal que limita uma certa massa de solo, rocha ou qualquer outro material que pode ser minério, rejeitos ou mesmo lixo.
A formação de um talude pode acontecer naturalmente, conhecidas como encostas, ou feitas pelo homem, conhecidas como aterros. A segunda situação é comum na construção de estradas, principalmente em áreas montanhosas.
Como é a composição de um talude?
Falando da composição de um talude, podemos conferir os principais elementos presentes:
- Crista;
- Pé;
- Ângulo de inclinação;
- Altura;
- Corpo do talude;
- Terreno da fundação.
Estabilização de taludes: quais as técnicas usadas?
Segundo os especialistas, podemos podemos dividir as principais técnicas de estabilização de taludes em dois grupos, veja a seguir os detalhes de cada um:
Sem contenção
As técnicas sem contenção de taludes são as seguintes:
- Remoção de blocos e direcionamento de blocos: comum em formações onde existem blocos de rochas explodidas;
- Retaludamento: para corte e aterro;
- Proteção superficial: feita de materiais naturais ou artificiais (grama, drenagem de superfície, telas, etc.);
- Malha talude: proteção superficial para rochas.
Em relação à remoção e orientação de blocos, Emerson José Ananias, Engenheiro Civil e Gerente GeoTech na Belgo Arames comentou que a técnica é particularmente útil em encostas ou cortes onde existe rocha fraturada, com blocos, fragmentos ou pedaços de rocha entre eles. Se esses elementos apresentarem rachaduras, eles podem se soltar com o tempo e danificar o restante da estrutura. Portanto, é necessário removê-los para evitar tais problemas. Dependendo do tamanho desses blocos, nos casos mais críticos, pode ser necessária a demolição técnica desses blocos, uma operação cara e que exige cuidados.
Já nas encostas rochosas ou solos com blocos rochosos, uma cobertura superficial pode ser usada se não houver evidências de elementos soltos significativos. Contudo, essa cobertura pode ter a função de guiar as pedras com segurança do ponto mais alto até a base da encosta em caso de desprendimento de pedras. No entanto, as coberturas associadas ao uso de pontas metálicas também podem promover a estabilização flexível de taludes e evitar que os blocos rochosos caiam da superfície.
Quando o assunto é retaludamento, o processo consiste em um processo de terraplenagem cortando e/ou aterrando o talude existente para aumentar a estabilidade. No entanto, em alguns casos, sem o uso de soluções de proteção de superfície, pequenos buracos, podem ser notados devido ao escoamento das águas pluviais, que podem se transformar em erosão é um problema mais grave. Portanto, o solo exposto em encostas não é recomendado. Deve ter pelo menos proteção superficial, como vegetação.
Técnicas de estabilização
Por sua vez, as soluções de estabilização são classificadas de acordo com a localização do talude. Em áreas de exploração madeireira e encostas, as alternativas mais comuns estão listadas a seguir:
- Cortinas atirantadas;
- Estaca prancha ou estacas justapostas;
- Estabilização de encosta rochosa — malha talude com grampeado para face fraturada;
- Gabião ancorado — Gabianco;
- Gabião e muros a gravidade;
- Solo grampeado — concreto ou face vegetada.
Já falando das áreas de aterro, é mais comum usar:
- Gabião e muros a gravidade (ciclópico);
- Muros à flexão de concreto armado;
- Solo reforçado — LandPro e geogrelhas;
- Taludes reforçados com geossintéticos.
Estabilização de taludes: solo grampeado verde
O solo grampeado verde consiste em uma técnica de melhoramento do solo com aplicações que vão desde a contenção de entradas de túneis e encostas ferroviárias até porões de edifícios e reparo de deslizamentos de terra. Utilizando chumbadores metálicos e um revestimento constituído por mantas e vegetação, esta solução pode ser utilizada em maciços a serem cortados onde a estabilidade é insuficiente e em taludes fissurados por intervenção humana ou desastres naturais. Esta é uma variação da técnica de pregagem que tem sido usada desde meados da década de 1970.
Quais as vantagens de usar o solo grampeado verde?
“O solo grampeado verde é indicado sempre que a inclinação do talude permitir o desenvolvimento das gramíneas”, explica Mauro Hernandez Lozano, engenheiro e Gerente Técnico da Dýnamis Engenharia Geotécnica. Ele disse que esta técnica de contenção de taludes possui uma série de vantagens quando comparada a técnicas de reforço similares comumente usadas, como cortinas estaiadas na diagonal. Entre as principais vantagens, podemos citar:
- Baixo custo;
- Facilidade de execução;
- Utilização de equipamentos leves, o que possibilita uma execução da técnica em locais de difícil acesso;
- Flexibilidade, pois permite que o projeto se adapte bem à geometria do talude.
Além disso, os aspectos visuais e apelo sustentável são outros fatores que oferecem vantagem nesse tipo de solução.
Como analisar a estabilidade de um talude?
A análise de estabilidade é muitas vezes formulada pelo método de equilíbrio limite, uma ferramenta formulada através da teoria da plasticidade para realizar análises de equilíbrio de objetos. Basicamente começa com dois pressupostos, os quais são:
- Existência de uma linha de escorregamento de forma conhecida: plana, circular, espiral ou mista, acima da qual delimita a parte instável do maciço. Este pedaço instável de solo vem da trama. Este solo instável move-se como um corpo rígido sob a ação da gravidade;
- Com relação ao critério de arrasto, MorhCoulomb é normalmente utilizado ao longo da linha de escorregamento.
Por fim, à medida que a tecnologia se modernizou, mais e mais softwares foram usados para realizar pesquisas e interpolar medições de campo para entender melhor o risco de ocorrência ou não de movimentos em larga escala.